Alecsandro quer conquistar o torcedor colorado.
Não há no grupo do Internacional atualmente um jogador que tenha feito mais gols que Alecsandro com a camiseta colorada. O artilheiro soma 31 gols em 69 partidas pelo clube. Na temporada 2009, foram 28 e, neste ano, já são três, sendo um deles no primeiro Gre-Nal de 2010 que garantiu a vitória colorada por 1 a 0 em Erechim. Além de balançar as redes, o centroavante mostra que sabe ser "garçom"; foi um dos líderes em assistências na equipe no ano passado, com 13 no total, superado somente por Andrezinho (15) e Kléber (19).
Apesar do ótimo rendimento, Alecsandro vive uma situação diferente no Inter: não goza da simpatia de uma parte da torcida colorada. O momento motivou o jogador a conceder uma entrevista coletiva nesta segunda-feira (15/02), abordando a questão do seu relacionamento com a torcida do Internacional, sua passagem pelo clube, entre muitos outros temas. Mesmo criticado, o jogador não quer uma inimizade com o torcedor, somente um pacto com ele para se tornar seu aliado na luta pelos objetivos do Inter em 2010: conquistar a Libertadores, o Brasileirão e o Mundial de Clubes. Além de títulos, ele quer também conquistar o coração dos colorados. Confira a conversa dividida por tópicos.
Relacionamento com a torcida
"Tenho cautela para falar sobre o torcedor. Gosto muito do torcedor colorado, continuo dizendo que a maioria está do meu lado. Gosto de estar aqui e de trabalhar aqui. Sobre as vaias, o torcedor tem seu critério para fazer isso. Muitos jogadores que foram vaiados acabaram se consagrando. Um exemplo é o Kaká, que chegou a ser vaiado no São Paulo e hoje é incontestável. Isso aconteceu com Valdomiro e até com o Sobis aqui no Beira-Rio. Então meu objetivo esse ano é conquistar esses torcedores que me vaiam. Não sou de falar besteiras e puxar o saco da torcida. Mas gosto dos colorados. Sinto que a maioria está comigo, mas quero trazer a minoria que me vaia para o meu lado. É uma meta particular".
Comemorações
"Eu fiz isso no Gre-Nal também (a comemoração do gol contra o Esportivo). Depois das vaias, queria ouvir a comemoração deles. Queria saber que eu consegui dar alegria a eles. Não quero causar polêmica. Teve a dos tiros também, que causou polêmica. Talvez agora eu sambe, já que é carnaval e todo mundo gosta".
"É interpretação ruim para quem quer, pois depois do torcedor me questionar, eu queria ouvir ele comemorando. Isso não é um desabafo. Eu fico gratificado em saber que pude dar alegria para o torcedor que estava triste cinco minutos atrás. Até para comemorar estou tendo que me conter".
Alecsandro em amistoso realizado na pré-temporada colorada em Bento Gonçalves
Feliz no Inter
"Tenho total respaldo da direção e dos meus companheiros. Sinto no dia-a-dia a apreciação que eles têm e isso é maravilhoso para mim. No Inter, já pude conquistar dois títulos, fazer gol de título, gol em Gre-Nal. Pude chegar com três ou quatro jogadores com mais gols que eu no clube e passei deles, sendo o goleador na temporada. Fui o quarto ou quinto que mais gols fez no Brasileirão. Então, falando em profissionalismo, não tenho o que falar. Tenho até mais gols aqui do que nas minhas duas passagens pelo Cruzeiro, com 31 gols".
Perfil
"Quero deixar bem claro que, se eu não conseguir dominar a bola da maneira que eu quero, dificilmente vou dar um chutão desesperado. Já vi muitos atacantes fazerem isso e acertarem o gol, mas essa não é minha característica. Me considero um jogador técnico, clássico e que sabe fazer gol, mas não chutando a bola de qualquer maneira. Se eu precisar dar de calcanhar, eu vou dar. No primeiro lance contra o Esportivo (no último sábado), deixei o Edu na cara do gol em um lance de meia e não de atacante".
Jogador, além de goleador, foi um dos líderes em assistências do Inter na temporada 2009
Gauchão
"Com todo o respeito ao Gauchão, temos que pegar como referência o Gre-Nal, pois o Grêmio é a equipe mais próxima a nossa em qualidade e estrutura. No sábado (contra o Esportivo) estava quente, claro que para os dois times, mas o futebol cai muito de nível com a alta temperatura. Mas nós mesmos nos dificultamos quando esperamos um pelo o outro, principalmente na marcação. O gol saiu cedo, aos 6 minutos do primeiro tempo, e talvez pensamos que pudéssemos golear e o jogo ficar fácil. No segundo tempo deu para mostrar um pouco mais de toque de bola".
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